Sexta-feira, Setembro 20, 2024
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Grafitti, a expressão de arte espalhada pelo Mundo.

A arte do grafitti é uma manifestação artística que acontece em espaços públicos. A produção é materializada em muros e paredes que compõem o ambiente urbano por meio de tinta em spray.

Os grafitteiros expressam narrativas da cidade, questões diversas que atravessam a realidade social, propondo críticas e reflexões por meio das formas, cores e traços nos muros.

Junto à outras expressões artísticas, o grafitti faz parte da cultura popular do hip hop, que traduz as vivências da rua por meio da arte.

Nas periferias de Nova Iorque, na década de 70, jovens manifestaram suas lutas sociais por meio do grafitti e impulsionaram a arte de rua.

O grafitti surgiu em meio a movimento da contracultura como crítica aos padrões impostos do fazer arte,e se junta às danças urbanas e ao rap e compõem a cultura do hip hop.

O nova-iorquino Jean Michel-Basquiat se tornou um dos principais nomes do grafitti no mundo.

No Brasil, Alex Vallauri enfrentou os desafios de fazer arte em meio à censura da ditadura militar.

Atualmente, Eduardo Kobra, os Gêmeos e Crânio são artistas do grafitti brasileiro de destaque internacional.

Origem do grafite

A palavra grafite vem do italiano graffito, que quer dizer em latim e italiano “escritas feitas com carvão” ou “escritas feitas em paredes”. No idioma grego, a palavra vem de graphéin, que significa “escrever”.

O grafitti remonta à pré-história e às manifestações dos romanos antigos feitas nas paredes como forma de protesto.

Com a evolução das técnicas de pintura na Idade Média, as igrejas passaram a usar essas práticas em afrescos, uma técnica de pintura feita nas paredes e no teto das igrejas.

No século XX a arte mural obteve reconhecimento por meio de nomes como, Picasso e Miró, que fortaleceram a expressão cubista.

História do grafitti

Há diferentes relatos sobre o surgimento do grafitti da forma como é conhecido atualmente.

O início e a expansão dessa arte são explicados por alguns como advinda dos movimentos contraculturais de estudantes parisienses em maio de 1968, pois esses jovens realizaram protestos políticos por meio de pinturas em muros.

Mas foi nos Estados Unidos, mais precisamente nas periferias de Nova York, que o grafitti ganhou propulsão para ocupar ruas e becos de todo o mundo.

Na década de 70, em meio à negligência, falta de planejamento urbano e expansão da criminalidade, jovens de bairros da periferia nova-iorquina passam a difundir uma nova linguagem artística.

Dessa forma, a arte do grafitti, desde seu surgimento, se deparou com a necessidade de transgredir um sistema opressor. Trata-se, portanto, de um movimento contra a cultura dominante nas cidades.

Não é possível identificar com precisão quem foram os pioneiros do grafitti nos EUA, devido aos sentidos de marginalidade que caracterizam essa arte desde seu início.

Estilos de grafitti

O grafitti é formado por diferentes estilos e técnicas que possuem características específicas

3D style: pinturas em três dimensões que utilizam efeitos de preenchimento de luzes, sombras, contornos e profundidade, materializando na imagem a ideia de movimento e realidade.

Throw up ou Bombs: usado em pinturas rápidas, com formato arredondado e letras gordas, engraçadas ou deformadas.

Wild style: estilo sem definição, com letras entrelaçadas e uso de muita cor, o que dificulta a leitura.

Free style: estilo livre, feito da forma que o grafitteiro preferir.

Materiais e equipamentos de segurança utilizados no grafitti

  • máscara de proteção para filtrar a fumaça e fuligem que as tintas produzem no ar;
  • óculos de proteção;
  • luvas protetoras para evitar o contato direto com a tinta;
  • tintas em spray, aerossol, látex e acrílica;
  • lona, caso a pintura ocorra no chão;
  • suporte de estêncil que seja de material sólido e resistente;
  • palheta de violão para elaborar desenhos de árvores, por exemplo;
  • esponja para elaborar desenhos como folhas;
  • estilete para realizar cortes de tela.

Principais termos e gírias utilizadas na arte do grafitti

Grafiteiro/writer: o artista que pinta.

Bite: imitar o estilo de outro grafitteiro.

Crew: conjunto de grafitteiros que se reúne para pintar.

Tag: assinatura de grafitteiro.

Toy: grafitteiro iniciante.

Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitti.

Artistas mundiais de destaque no grafitti

Jean Michel-Basquiat: o artista nova-iorquino começou suas produções com inscrições feitas em edifícios abandonados de Manhattan e se tornou destaque na arte contemporânea pelo mundo.

Bansky: com uma estética única, o artista inglês é considerado como um dos mais famosos grafiteiros no mundo. Suas obras são feitas pela técnica do estêncil, caracterizada pelo desenho feito inicialmente em um suporte, como o papelão, e posteriormente colado à parede.

Edgar Müller: o artista alemão ficou conhecido por seus desenhos tridimensionais impressionantes, marcados pelos efeitos de ótica e qualidade artística.

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Grafitti no Brasil

A contracultura se expressou também no Brasil por meio da arte, principalmente no movimento tropicalista. A cidade de São Paulo se tornou cenário de ascensão do grafite em meio à urgência de produzir diferentes expressões que falavam sobre opressões e mazelas sociais.

Um dos primeiros trabalhos de grafitti feitos em locais públicos da capital paulista foi do artista etíope, radicado no Brasil, Alex Vallauri. A obra intitulada Boca de alfinete (1973) evidenciou a censura da ditadura militar. Foi pelo seu pioneirismo e sua influência que o dia de sua morte, 27 de março, tornou-se a data comemorativa ao Dia do Grafite no Brasil.

Principais nomes do grafitti brasileiro

Eduardo Kobra: da periferia de São Paulo para o mundo, o artista é reconhecido por suas obras em muros que podem ser vistas nos cinco continentes. Kobra grafitou a obra Etnias, lançada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, que se tornou o maior mural grafitado do planeta. O artista quebrou, em 2017, o seu próprio recorde, ao homenagear o chocolate na obra Cacau, em um paredão de 5.742 metros quadrados às margens da rodovia Castello Branco, em São Paulo.

Crânio: da zona norte de São Paulo, Fabio de Oliveira Parnaíba, conhecido por Crânio, iniciou no grafitti em 1998. Os índios com tons de azul são registros evidentes do artista, que buscou, por meio deles, a representação do Brasil. Suas obras tratam de questões contemporâneas e abordam temas como consumismo, identidade e questões ambientais.

Os Gêmeos: Gustavo e Otávio Pandolfo compõem uma dupla de grafitteiros que iniciou seu trabalho no bairro de Cambuci, em São Paulo. Atualmente, suas obras lúdicas fazem parte de mostras por todo o mundo.

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Diferença entre grafitti e pichação

Por apresentarem algumas características em comum, o grafitti é facilmente confundido com a pichação. Entretanto, a pichação é caracterizada pela escrita em locais públicos sem autorização, muitas vezes com o objetivo de insultar ou protestar contra algo, já o grafite se refere a uma manifestação artística, que envolve um processo de criação feito com autorização.

Na zona leste de São Paulo especificamente no bairro do Itaim Paulista, encontramos muitos trabalhos de grafittis nas paredes e muros. São trabalhos realmente artísticos desenvolvidos por uma galera descolada, inteligente e criativa.

Estou falando do grupo “Sou Favela Grafitti”, que desde 2012 é formado por Dumeem, Bó Treze, Cat e Gryllo.

(*todas essas ilustrações dessa matéria pertencem à esse grupo*)

A grande motivação desse quarteto sempre foi realizar grandes murais de arte, sendo que o Projeto Grafiarte, realizou o maior da América Latina localizado no bairro de São Miguel Paulista, na cidade São Paulo, Brasil.

Eles também promoveram o Festival Kebrada em Cores, que é o encontro de estilos de grafitti, com 120 artistas sendo de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas e Curitiba.

Ainda existe muito preconceito em relação à esse tipo de arte, o grafitti, o que realmente espero que através dessa matéria e mais informações as pessoas possam enxergar com bons olhos essa arte maravilhosa.

Acesse e siga o instagram @valmirforte_tv , te espero por lá

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